A festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada a 14 de setembro.
A liturgia deste dia recorda a vitória de Cristo sobre a morte. “A cruz é a glória de Cristo e a exaltação de Cristo”, segundo o sermão de Santo André de Creta.
“Tão grande é o valor da cruz, que quem a possui, possui um tesouro. E chamo-a justamente tesouro, porque é na verdade, de nome e de facto, o mais precioso de todos os bens”.
Por isso, enquanto instrumento do martírio, mas também enquanto sinal do Amor inesgotável de Deus, que entrega o seu Filho para salvação dos Homens, a cruz assumiu desde sempre um incalculável valor.
O culto da Santa Cruz associa-se à sua descoberta por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino I, aquando da sua peregrinação à Terra Santa. Esta descoberta permitiu a construção da Igreja do Santo Sepulcro, dedicada a 13 de setembro e onde, no dia seguinte, se colocou um fragmento da Vera Cruz para adoração.
Quando no ano 614 os persas invadiram a cidade de Jerusalém, tomaram a Santa Cruz como troféu da sua conquista. Só quinze anos mais tarde, com a vitória do Imperador Bizantino Heráclio, a cidade e a relíquia são recuperadas.
É este momento que se representa na pintura de Ambrósio Dias, o grande mestre do maneirismo escalabitano, patente ao público no Museu Diocesano de Santarém.
Proveniente da Igreja de Santa Cruz da Ribeira de Santarém, terá tido como fonte iconográfica a Lenda Dourada de Voragine. Sentado no seu cavalo, o Imperador procura entrar vitorioso em Jerusalém. Terá sido impedido e um anjo, que surge à direita da composição, indicou-lhe as condições de humildade para concretizar o seu intento, ao exemplo de Cristo a caminho do Golgotá.
Exaltação da Santa Cruz pelo Imperador Heráclio, atribuível a Ambrósio Dias, dito «O Mestre da Romeira» (1521-1565), pintura a óleo sobre madeira de carvalho; Paróquia de Santa Iria da Ribeira de Santarém (Igreja de Santa Cruz)
ERN