Transverberação do Coração de Santa Teresa

26 Agosto, 2015 | Do museu

A liturgia carmelita celebra, a 26 de agosto, a Transverberação do coração de Santa Teresa.

Esta graça mística, que terá sido recebida pela primeira vez em 1560, é descrita pela própria Santa Teresa de Ávila, no seu Livro da Vida (29, 13):

«Do meu lado esquerdo vi um anjo em forma corpórea. Vi nas suas mãos um dardo de ouro fino, e na ponta do dardo pareceu-me haver uma pequena chama. Pareceu-me que o anjo mergulhou o dardo várias vezes no meu coração e que o fogo me chegou às entranhas. Ao sair do dardo, o meu interior ficou todo abrasado em grande amor de Deus. A dor era tão grande que me fez gemer, e a doçura, a maior dor causada, me era tão superabundante que não há desejo capaz de tomá-la.»

 

A profunda religiosidade e misticismo de Santa Teresa, cujas experiências nos deixou através dos seus escritos, foram inspiração para inúmeras representações iconográficas, sobretudo pinturas.

É disto exemplo o conjunto de seis pinturas, de grandes dimensões, existente na coleção do Museu Diocesano de Santarém, datáveis da segunda metade do século XVIII.

Este ciclo, que nos conta a história da reformadora da Ordem Carmelita, e do qual faz parte a “Transverberação” que se apresenta, pertence ao Fundo Antigo do Seminário Patriarcal, desconhecendo-se no entanto a sua origem e autoria.

 

A padroeira de Espanha, nascida em 1515, foi canonizada pelo Papa Gregório XV em 1622, em conjunto com Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier, e São Filipe Neri.

A família Carmelita celebra, em 2015, os 500 anos do nascimento de Santa Teresa de Ávila.

 

Eva Raquel Neves