AD MAJOREM DEI GLORIAM

31 Julho, 2015 | Do museu

A 31 de julho, a Igreja celebra a festa de Santo Inácio de Loiola (1491-1556), presbítero, fundador da Companhia de Jesus.

Apesar de ser um cavaleiro da corte com grande afeição às coisas terrenas, um ferimento numa batalha iniciou nele um processo de discernimento e de encontro com Cristo, através do qual se tornou Seu discípulo.

Estudou depois em Paris e reuniu vários companheiros com os quais fundou em Roma, em 1540, a Companhia de Jesus. Este instituto religioso da Igreja Católica assumiu e assume, ainda hoje, uma profunda missão de evangelização e de defesa da fé.

O seu lema: Ad majorem Dei Gloriam (para maior Glória de Deus), recorda-nos a Primeira Carta de São Paulo à comunidade de Corinto:

Irmãos: Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus. Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo.

                                                                                                                       1 Cor 10, 31 __ 11, 1

 

A Catedral de Santarém é uma igreja de matriz jesuíta em todos os aspetos: na sua fundação como Colégio da Companhia; nas suas características arquitetónicas e formais (que respondem à funcionalidade exigida para este tipo de edifícios de formação), e nas inúmeras manifestações iconográficas: desde a representativa fachada que nos dá as boas-vindas com quatro esculturas de jesuítas, exemplos de santidade, que nos convidam a entrar; passando pelas imagens de devoção dos altares, e pelas representações no grande teto pintado da nave.

Destacam-se, no entanto, as belíssimas esculturas em mármore na Capela-mor. Do lado do Evangelho, Santo Início de Loiola, e à sua esquerda o seu grande companheiro, São Francisco Xavier. Magnífico trabalho do escultor paduano, João António Bellini, datável dos anos 1737-39, o mesmo autor que executa, pouco tempo depois (1740), o excecional altar de Nossa Senhora da Boa-Morte (1740), o único de tais características no conjunto das oito capelas laterais da Catedral de Santarém.

 

Eva Raquel Neves