São Bernardo de Claraval, abade e Doutor da Igreja

20 Agosto, 2015 | Do museu

Nascido no ano de 1090, em Dijon, França, no seio de uma família nobre, Bernardo seguiu a vida religiosa entrando no Mosteiro de Cister. Poucos anos depois fundou o mosteiro de Claraval, para o qual foi eleito abade. Pela sua mão reformadora, a Ordem de Cister fundou dezenas de mosteiros e recebeu centenas de religiosos.

Figura de inúmeras virtudes e sábio conselho, a sua voz liderou a pregação da II Cruzada a pedido do Papa Inocêncio II.  Com ele, os Templários seguiram uma regra monástica e estabeleceram íntima devoção a Santa Maria.

São Bernardo de Claraval está assim em estreita ligação com Portugal e Santarém, sendo várias as lendas que o associam à Conquista de 1147.

A verdade é que D. Afonso Henriques, ainda não oficialmente reconhecido como Rei, lhe concede o grande benefício da fundação da abadia de Alcobaça. Com isso terá conseguido um perfeito mediador junto da Santa Sé, para o futuro reconhecimento da independência desta nação.

Com 63 anos de idade, São Bernardo morre em Claraval, no dia 20 de agosto de 1153.

O Papa Alexandre III canoniza-o em 1174 e em 1830 é proclamado Doutor da Igreja.

 

A escultura que hoje podemos observar no Museu Diocesano de Santarém, apresenta-nos São Bernardo com o característico hábito cisterciense, de cor branca. Na mão esquerda um livro em profunda alusão aos seus inúmeros escritos, enquanto na direita estaria um báculo simbolizando o seu importante papel de abade e reformador da Ordem de Cister.

Esta peça, propriedade da Paróquia de Nossa Senhora da Luz da Póvoa de Santarém, foi resgatada da delapidação do património do Convento de Santa Clara de Santarém, após a sua definitiva extinção em 1902.

 

Sao Bernardo

Oficina portuguesa, escultura de vulto perfeito, em madeira policromada, século XVIII (primeira metade); Paróquia de Nossa Senhora da Luz da Póvoa de Santarém.

 

 

Eva Raquel Neves