14 de fevereiro – 5 anos da Assinatura do Protocolo Rota das Catedrais para Santarém

14 Fevereiro, 2016 | Do museu

Assinala-se hoje o quinto Aniversário da Assinatura do Protocolo Rota das Catedrais para Santarém.

O documento estabeleceu a parceria entre a Direção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, a Diocese de Santarém e o Município de Santarém, e permitiu a implementação do ousado projeto que levou à reabilitação da Catedral de Santarém, à criação do Museu Diocesano e recuperação de mais de duas centenas de obras de arte agora em exposição.

 

Recorda-se a notícia publicada, na ocasião, no Jornal Diocesano “Porta do Sol”:

“Assumido o desafio lançado a 30 de Junho de 2009, com a assinatura do Acordo de Cooperação ente o Ministério da Cultura e a Conferência Episcopal Portuguesa, o dia 14 de Fevereiro de 2011 consolidou a integração da Catedral de Santarém no projecto Rota das Catedrais.

Pelas 18h30, e após um encontro privado no Paço Episcopal de Santarém, a Catedral acolheu a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, o Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues, o Director Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, João Soalheiro, e o Presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores. A estes três últimos coube a assinatura do referido protocolo.

A cerimónia contou ainda com a presença do Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, do Secretario de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, e D. Carlos Azevedo, vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

A implementação da Rota das Catedrais em Santarém concretiza-se, numa primeira fase, com o projecto de reabilitação da fachada, criação de estruturas de acolhimento e loja, e infra-estruturação do Museu Diocesano, num investimento total de 1 700 000 euros, financiado a 80% pelos fundos comunitários do QREN, através do projecto de regeneração urbana da cidade de Santarém. Este último permitirá ainda a intervenção na cobertura da Igreja de Santa Clara de Santarém, a reabilitação da Igreja da Alcáçova, com vista à sua reabertura, e ainda a requalificação da envolvente da Igreja de Santa Cruz da Ribeira de Santarém, num investimento total que ultrapassa os 800 000 euros.

O Presidente da Câmara Municipal de Santarém afirmou, por isso, a importância da recuperação do património da Cidade, coroada pela grande intervenção na Catedral.

Para D. Manuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém, “Não se trata apenas de uma, já de si meritória, valorização da arte pela arte. Trata-se também, para a comunidade dos crentes de forma marcante, restituir à obra de arte criada para a função litúrgica e pastoral parte da sua matriz simbólica e imaterial: olhar a sua beleza, com respeito pelo significado originário, enquanto criação para manifestação da Glória de Deus.”

No ano em que se comemora o tricentenário da edificação da Catedral de Santarém, originalmente como igreja do Colégio da Companhia de Jesus, é feliz a “forma como o Ministério da Cultura, desde a primeira hora, se interessou e envolveu na construção dos sonhos que alimentam a participação da Diocese de Santarém neste projecto, nomeadamente através da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo”, que trabalhou em parceria com a Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja, serviço diocesano dedicado à salvaguarda e valorização do património.

A Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, relembrou que este é “um projecto de território que visa recuperar as catedrais, símbolos da nossa história e representativas de uma hierarquia católica da Igreja, que tem sido um importante fomentador de cultura”.

Mas não descurou da qualidade das intervenções a realizar, “alvo de uma actuação concertada, planeada, criteriosa e exigente, não apenas para acudir a situações de mais evidente degradação, mas sobretudo para alcançar a capacitação dos monumentos, para os devolver à comunidade”.

O Senhor Bispo de Santarém concluiu a sua intervenção transmitindo a esperança do acolhimento de todos a este projecto, verdadeiramente estruturante e dignificante para a Diocese de Santarém, ou não estivéssemos a falar da sua igreja-mãe. Recordamos as suas palavras finais: “Esperemos que esta iniciativa incentive de forma eficaz a conhecer melhor as grandes narrativas bíblicas nas quais se pode colher o significado pleno dos objectos da arte sacra. Assim, através do património artístico, poderemos chegar à sua fonte, a “Palavra da Vida” onde se afirma a beleza do homem e do mundo como uma esperança de sentido face ao deserto de valores e referências com que nos debatemos. Sonhamos, na verdade, que a Rota das Catedrais em Santarém cumpra não só uma função estética, mas também cultural e evangelizadora.”

A cerimónia encerrou com um momento de música barroca europeia, interpretado pelo Quarteto Arabesco e Rui Paiva.”

 

 

ERN