Exposição temporária – ORNAVERUNT LAMPADES – A Arte Cristã na Herança de Luiza Andaluz – até 8 abr 2019

2 Janeiro, 2019 | Do museu

Até dia 8 de abril de 2019, a exposição “Ornaverunt Lampades: A Arte Cristã na Herança de Luiza Andaluz” pode ser visitada no Museu Diocesano de Santarém.

Aproveite as visitas orientadas, nas seguintes datas:

12 janeiro (sábado) | 15h

9 fevereiro (sábado)| 15h

9 março (sábado) | 15h

7 abril (domingo) | 15h

Para público em geral | Bilhética 2

Inscrições limitadas (25 participantes) | Através de telefone 234304065 |email geral@museudiocesanodesantarem.pt | ou presencialmente na receção do Museu.

(outras datas através de marcação prévia)

 

Uma iniciativa do Museu Diocesano de Santarém, da Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja de Santarém em parceria com a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, e com o apoio do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja e do Museu Nacional de Arte Antiga, que pretende dar a conhecer Luiza Andaluz, figura marcante no contexto social de Santarém desde finais do século XIX, dedicada aos mais desfavorecidos, sobretudo no âmbito educacional e de apostolado, o seu legado mantém-se vivo através da Congregação que fundou, e que ainda hoje desempenha papel ativo em inúmeras comunidades em Portugal e no Mundo.

Da atividade por si desenvolvida e continuada pela Congregação, foi reunido um conjunto patrimonial que merece investigação aprofundada, bem como outro que direta ou indiretamente se encontra associado às suas causas, numa linha cronológica que se estende do século XVI ao presente, onde se destaca um belíssimo relicário de Santa Teresa de Ávila pertencente às coleções do Museu Nacional de Arte Antiga, bem como um conjunto notável de pintura e escultura hoje património da Congregação.

Após a visita à exposição no Museu Diocesano de Santarém, o grupo terá oportunidade de seguir até à Casa Madre Andaluz para visita à Exposição itinerante “DESCOBRIR LUIZA”.

“Recordar a Serva de Deus Luiza Andaluz, fazendo memória da herança patrimonial de matriz cristã que indelevelmente se associa à sua vida e obra, significa, num primeiro momento, enquadrá-la num tempo e num espaço.
Santarém, lugar que a viu nascer, foi construída e fortificada ao longo de séculos através de uma profunda identidade cristã, onde não faltaram variadas manifestações de fé, casas religiosas, paróquias, capelas, ermidas, milagres, festas, romarias…
Apesar disso, Luiza nasce num período conturbado. Corria o ano de 1877. Santarém e as casas religiosas sofreram, de forma massiva, o imposto pelo decreto de extinção de 30 de maio de
1834. Dos muitos conventos que marcavam a paisagem, apenas pode contactar com as casas femininas, que, invariavelmente, subsistiam com muitas dificuldades e comunidades diminutas.
Também as várias paróquias e colegiadas de outrora se encontravam já reduzidas a quatro, após reorganização eclesiástica por provisão do Cardeal Patriarca, D. Guilherme I, de 29 de agosto de 1851.
Persistia, neste tempo e espaço particulares, um ambiente inóspito, anticlerical, nitidamente conturbado pelo pós-guerra civil, e pela mutação social do movimento liberal vigente, agravado em 1910 com a implantação da República, e a necessidade de novos caminhos para uma sociedade tantas vezes perdida, onde se tornou fácil atacar as estruturas seculares, em particular as da Igreja. Mas os problemas sociais permaneciam e agravaram-se. O ano de 1918 ficou marcado pelo fim da Primeira Grande Guerra e, simultaneamente, pelo grande surto de “pneumónica”, pelos quais cederam muitas vidas.

Essa mesma Igreja, perseguida, incompreendida e desrespeitada, recebe em 1917 um grandioso sinal: uma“Senhora mais brilhante que o sol” que, na Cova da Iria, se fez presente a três crianças humildes, e através delas deixou uma mensagem de conversão que desde então inspira o mundo inteiro.
Quis a Providência, que a semente da vocação, lançada no distinto berço familiar e nutrida de todas estas vivências do seu tempo, consolidasse em Luiza a verdadeira experiência do sagrado e um singular sentido altruísta, onde a nobreza do caráter imprimiu, em cada ação, o espírito do Evangelho: “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.” Mt. 25, 40.
Conhecer melhor a personalidade desta mulher e a forma como a sua vida e a sua obra marcaram a sociedade a que pertenceu, é o desafio proposto. Reconhecer que essas marcas profundas, sementes lançadas, se tornaram bom fruto é acolher, no íntimo de cada um de nós, a Missão a que somos chamados.
Por meio de seis núcleos, esta exposição exorta o visitante a aprofundar a experiência do Belo: enquanto produção artística, com peças que datam do século XVI até ao XX, mas sobretudo o que brota do coração… a beleza do acolhimento ao outro, verdadeira obra de arte pintada na vida de quem dá e de quem recebe.”

EVA RAQUEL NEVES
Conservadora do Museu Diocesano de Santarém